sábado, 24 de janeiro de 2009

Língua eletrônica de São Carlos X Papo-Por-Apito (Silbo de la Gomera)

Língua eletrônica? Aquela da anedota??? Não, é um equipamento incrível que conheci, peguei na mão e tive imensa satisfação de conhecer seus criadores, os gênios precursores, inspirados, intuitivos.
Genialidade, o forte dom da intuição, tudo bem, mas do sonho para a concretização é uma caminhada complicada pela própria natureza do projeto. Conheço os processos de concepção e realização, por meu oficio, escultor. Também trabalho com gemas, material duríssimo, uma peça pequena de dez centímetros demora mais de trinta dias de trabalho ininterrupto. Quando termino, brota uma grande dúvida... por quê? pra quê? Bem, falei isso só pra demonstrar que sei avaliar as características de um processo de produção.

Minha formação é antiga, nem sei usar o teclado do computador, imagine a sensação ao ver e poder compreender as funções de uma língua eletrônica.
Pra que serve:


Paladar Humano

Um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu um equipamento capaz de reconhecer sabores com uma sensibilidade até mil vezes maior que a da língua humana.


Publicados na revista 'Sensors and Actuators B: Chemical', os resultados indicam a maior sensibilidade já descrita na literatura científica para uma língua eletrônica.

De acordo com Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, do Instituto de Física da USP de São Carlos, no último teste, o aparelho conseguiu identificar com exatidão tipos de vinhos de seis amostras.

A língua eletrônica foi capaz de distinguir até mesmo vinhos de um mesmo tipo, mas de safras diferentes, ou vinhos do mesmo tipo e da mesma safra, mas de produtores distintos.

O dispositivo é formado por um conjunto de eletrodos de ouro, cobertos com filmes de diferentes polímeros condutores.

Quando o aparelho é submerso em qualquer meio líquido, a interação elétrica entre polímeros e o meio permite obter características específicas da condutividade do material.

São estes dados que possibilitam identificar cada tipo de líquido, mesmo com uma baixíssima diferença de concentração de um componente.

De acordo com Oliveira, a vantagem da língua eletrônica brasileira é a utilização de filmes condutores de espessura oito mil vezes menor que um fio de cabelo, o que permite a obtenção de dados de condutividade mais acurados.

Além disso, as informações são processadas por um sistema de redes neurais que simula o aprendizado humano e leva a uma interpretação mais rápida e precisa. Para o pesquisador, o aparelho também pode ser utilizado para monitorar a qualidade da água e de alimentos, além de exames de sangue e urina.

O trabalho ainda contou com a participação de pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação e da Escola Politécnica da USP, além de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp e da Embrapa.

É um objeto pequeno, peguei na mão, coisa intrigante... Como será que alguém tem essa inspiração, junta uma equipe, doa alguns anos de dedicação incansável, não desistem apesar das barreiras – altas, sólidas, inflexíveis – do aparelho burocrático, as eternas contenções de verba e outros trabalhos de Hércules diariamente exigidos?

Um assunto que me fascina são os polímeros de origem vegetal. Conheci um pesquisador do plástico da cana, matéria prima brotada do solo, e nutrida pela fotossíntese. Ao invés de poluir, neutraliza o carbono, e no processo de degradação se torna um nutiente.

No mesmo laboratório da língua, me apresentam um jovem que está em fase adiantada na pesquisa de polímeros da mandioca, com prazo de biodegradação controlavel. O potencial disso é tão imenso, que nem me atrevo a começar a pensar! Mandioca, viva o Brasil, Terra do Sol! Comida do Tupi Guarani, hoje disseminada pela África, se tornou base alimentar nesse continente.

Algum mecanismo no meu cérebro tem a aptidão de receber uma informação, cruzá-la com outras, combinar e arrematar uma conclusão. Não sou técnico, sou analista naif. Pra mim isso é espontâneo, sem conhecimentos científicos, básico.

Como um raio no crânio vêm imagens do que essa molecada, com um troquinho razoável, apenas isso, que incriveis criações podem realizar. Justo, assim: precisam de 100, forneçam os 100, não precisa ser 110, nem pode ser 90, ou menos, que é o que normalmente acontece. Nunca a verba cobre as necessidades e, apesar de receberem remuneração ridícula, perante seus colegas cientistas e pesquisadores de outras terras, do pouco que ganham, têm que tirar dinheiro do próprio bolso para a pesquisa não ir pro ralo da indiferença.

Aqui no Brasil nossa prioridade são os filólogos e a súcia. Pra que tecnologia se tem americano, japonês, chinês, fazendo essas bobagens? Vamos compra feito, né? Vamos vender o couro pros china depois chorar que a industria de calçados brasileira não consegue competir.

Bem, vamos esquecer essas burguesices, afinal, somos literatos! O hífen é que importa, o elo de ligação com CPLP e os PALOPS, afinal, temos grandes filósofos, poetas, romancistas como o... HMMM... ou o HMMM.... Deixa pra lá, né?

São tantos, mas tantos, e tão bem divulgados pelo Luso- mundo, que os direitos de autor influenciam sensivelmente o P.I.B.

Como ironizei em outro comentário, os colonizadores ibéricos foram brindados com nossas empresas de telefonia. Que eu saiba, o maior avanço dos prodigiosos geradores de patentes de la hispanidad é o Papo- Por- Apito de la Gomera, do qual eles têm posse irrestrita e direito de autor universal.

Tá no google:

La Gomera, Ilhas Canárias
Eles inventaram um método de comunicação, chamado Silbo, um tipo de assobio, através do qual os Guanches se comunicavam em La Gomera. La Gomera é a sede do ...

Será que a língua eletrônica de São Carlos consegue Silbar? Talvez não, uma pena, senão poderíamos vender nosso apetrecho para os velhos de boca murcha e os boca mole de la Gomera.

Vamos ver o que me atingiu com um cegante clarão naquele laboratorinho humilde de São Carlos.
Fazer uma viagem internacional média, classe executiva, sai carinho, né? Comprar um sapato, uma roupa, agora imagina quanto custa uma viagem presidencial. O boing véio, que gastava muito mais que trator véio, umas rôpa (haute couture) pra nega – aquela que reclamou do samba e da mulata (no episodio História na visão de um simples).

E a coorte de classe média, que sempre vai no Iguatemi, toma um café e pára na frente das vitrines de classe média, vê com os zóio e lambe ca testa. O cartão visa de pingente do serviço publico é mixo, mas a mulher sabe tudo de consumo: vê revista, fala com as amigas, casadas com empresários incultos, ralé inferior mas endinheirada, arrivistas, culpa da “princesa isabel” (sic), ou os caipira que planta e cria boi e anda de bota suja de bosta de vaca.

Imagine esse famélico povinho se pisoteando assanhado na boca livre das viagens “presidenciais”, daquele que é seu “excelso paradigma”, turvado pela borrachez emocional, devido ao mardito chapéu de abajur de zona! Tal pândega deve atingir cifras astronômicas, nem remotamente sentem um pingo de remorsos... mas tais finórios são discretíssimos, ludibriam todos, afiançados pela imprensa beneficiária, que dá exaustivo destaque, denominando ‘ilustres missões culturais’ tais patuscadas. Os caraduras têm sangue frio, só depois de encerrado o prazo de mandato dobrado do chapeuzudo, aparecem seus sequazes, sem pudor, cobertos de grana de propinas, dirigindo escritórios de consultoria financeira.

Com a dinheirama gasta nesses ágapes repletos de alegorias e folguedos escolares, será que não se financiaria um sistema de telefonia brasileira, concebido por um punhado de jovens gênios nacionais, de uma maleabilidade única, conhecedores da imensa geografia humana e as idiossincrasias do lugar? Usando os polímeros vegetais pro equipamento e aparelhos, cultivados na terra do Sol, abrindo o mercado de ações para investidores de todos os cacifes, e mercado de trabalho pra uma geração de jovens sedentos por uma chance de demonstrar sua inigualável competência. Em vez de pagar o mico dos caras da península, que tomaram dinheiro emprestado dos vizinhos ricos pra comprar latrinas, e otras cocitas mas.


Vou fantasiar um sistema... a vital filologia deveria ser financiada por um dízimo ou um óbolo espontâneo, regularmente efetuado, tipo um carnê, como nas neo-religiões que prosperam tanto. Os adeptos da língua portuguesa, com 10% da renda manteriam a chama acesa, eu seria um dos primeiros a contribuir - sou fã do Camilo, adoro literatura portuguesa, esculpi quatro estátuas em homenagem ao Fernando Pessoa e seus heterononimos em Lisboa - com tais recursos até tacariam gasolina na fogueira, impondo tal idioma a outros povos. Há hipótese disso acontecer, está no livro “O Admirável Mundo Novo” do visionário Aldous Huxley, onde a língua falada naquele mundo do futuro era português do Brasil (bem que podia ser a Língua Brasileira, com Ortografia Brasileira Independente). As coisas incríveis daquela sociedade, clonagem etc. estão aí, e o Brasil nunca esteve em situação tão promissora.

Como nas neo-religiões, a arrecadação manteria com folga toda a estrutura hierárquica, desde o insigne ministro da língua portuguesa, até o simples catequista missionário (esse seria o professor do primário).

O presidente moderno doaria Brasília, essa consolidação, essa absurda solidificação do abstrato Processo de Kafka, o idealizado politburo, árido, desidratado, mundo da depravada inversão de valores, essa desidratação, conservaria os alfarrábios, a umidade poderia ser controlada, a presidência e a corte voltavam pro Rio de Janeiro.

Isso aliviaria imensamente o erário, com a folga seria possível uma proporcional redução de taxas.

A redução seria usada como incentivo para os beneficiados patrocinarem os pesquisadores, impulso inicial para uma evolução nunca vista na história do homem, e ambos serem donos das patentes – tipo nosso vizinho que dá certo sempre, e que nem sabe que existe esse mantra da pobreza.

Detalhe deprimente, estarrecedor: os homens que inventam, e tem de saquear o próprio bolso murcho pra dar continuidade às pesquisas dos nossos institutos não recebem nada de royalties do direito de sua criação.

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